A Copa do Mundo de Futebol no Brasil já é de longe uma das
Copas mais polêmicas da história do futebol mundial. Estádios construídos com
dinheiro público, favorecimentos a times e empreiteiras e no final, arenas que
ficarão sem ter jogos, que não servirão para nada, pois nem há times de futebol
no Estado, algumas poderão até serem demolidas após a Copa de 2014. E o pior,
já são oito pessoas mortas em construções dessas arenas. No chamado Itaquerão
com este de ontem são 3 mortos, as outras vítimas foram nos estádios de
Brasília e Manaus, este último nem time tem para jogar lá.
Não bastassem todas as irregularidades, o número de
operários mortos em serviço nas arenas só tem aumentado, juntamente com a
pressa em acabarem as obras atrasadas, obras que foram deixadas para serem
feitas posteriormente e assim terem seus valores orçamentais aumentados, aquele
famoso jeitinho brasileiro, que também vai colocar posteriormente em risco seus
usuários, pois alguém duvida que esses elefantes brancos feitos com tanta
pressa, não vão ter problemas estruturais? Quem é que garante que os materiais
utilizados nestas obras são de qualidade? Haja vista os conjuntos de apartamentos
feitos para a classe que não é rica, com pouco tempo de uso, já apresentam
rachaduras, vazamentos e muitos outros defeitos, resultantes da má qualidade
dos materiais empregados e do pouco valor que se dá a vida neste país.
A Construção Civil é um dos seguimentos que mais tem
acidentes fatais no país, quando não aleija e mutila, ela ceifa a vida do
trabalhador. Algumas vezes pela própria culpa do trabalhador em não usar os
equipamentos (EPIs) obrigatórios e não ter ninguém para fiscalizar, outras
vezes pela construtora não fornecer os equipamentos. Mas a velocidade para
entregar uma obra também pode ser um fator predominante para vitimar operários
e depois os usuários. Com o prazo de entrega atrasado das chamadas Arenas, o
funcionário da empresa é quem fica em risco iminente de morte, os trabalhos tem
que ser feitos mais rápidos, muitas vezes passando por cima de regras básicas
de segurança. O que importa para os “barões” se um "vassalo" morre? O importante
é quanto vai entrar de dinheiro a mais para se concluir a obra atrasada.
Enquanto empreiteiros e agentes do Governo enriquecem ainda
mais, o povo paga a conta da Copa da Corrupção, da Copa da Morte, construída
com muito suor, sangue e morte. Não sou contra a Copa ser realizada no Brasil, só me revolta o fato de ter tanta coisa para ser feita aqui neste país em educação, saúde e segurança e ver que estas coisas básicas e necessárias não estão tendo nenhuma atenção do poder público. Com o dinheiro que circula neste país, que é capaz até de sobreviver com tanta corrupção, daria para construir estádios prefeitos e ainda fazer tudo aquilo que o povo precisa, mas quem disse que eles querem resolver os problemas do país? O que importa é "grana" no bolso, não importa a que custo.
Para não esquecer de todas as vítimas.